quinta-feira, 8 de novembro de 2012

E você, já se perfumou hoje? 5 fragrâncias bizarras já usadas nos perfumes.


Por Felippe Canale

Antes que você corra para o banheiro e comece a lavar os punhos e pescoço na pia, acalme-se! Assim como o título já diz, as 5 fragrâncias já foram usadas na produção de perfumes, mas atualmente podem ser substituídas por versões sintéticas, ou seja, criadas em laboratório.
Se pensarmos na história do perfume, eu suponho que desde que o homem passou a se incomodar com o próprio cheiro, ele também começou a furtar aromas, essências e matérias primas da natureza.
Os antigos egípcios interpretavam os odores agradáveis como lágrimas ou suor dos deuses. Séculos depois, exatamente em 1533, Catarina de Médici se casou com o Rei Henrique ll e levou para a corte francesa dezenas de alquimistas e perfumistas. Ela escolheu Grasse, uma vila no litoral mediterrâneo, para a sua plantação pessoal de flores e ervas, virando uma referência mundial até os dias de hoje e muito visitada pelos turistas.
Somente a partir do século XX que alguns produtos e métodos passaram a ser questionados quanto a sua manipulação. Infelizmente, sabemos que até os dias de hoje muitas empresas testam os seus produtos em animais criados em laboratórios. Fique de olho e tente evitar estas marcas.
ALMÍSCAR- É uma secreção retirada do Veado-Almiscareiro, animal encontrado no Oriente, Sibéria e Índia. Após morto, uma glândula do seu abdômen era extirpada para a extração do óleo que leva o seu nome.
AMBÂR GRIS- Não tem outra forma de explicar esta substância, a não ser como vômito de baleias Cachalotes. Elas regurgitam bolas de ceras sólidas e os pescadores "recolhem" esta verdadeira especiaria da natureza. Já foi a substância mais utilizada como fixante na perfumaria oriental e ocidental.
CASTÓREO- Sério, eu não sei quem teve esta ideia, mas eu achei a mais bizarra de todas. O pobre docastor, animal típico da Europa e da América do Norte, expele uma substância ao defecar e a utiliza para demarcar o seu território na natureza. Aí alguém teve a brilhante ideia de extrair as suas glândulas anais para obter a tal da secreção, considerada afrodisíaca. E tinha quem chegava a pagar até 9 dólares por cada mililitro de castóreo quando ele ainda era permitido. A perfumista Mônica Rosseto afirma que "Notas animálicas, associadas a secreções, dão calor e sensualidade as fragrâncias."
CIVETA- Também conhecido como gato-africano, este animal carnívoro e mamífero passou a ser criado em cativeiro por um único motivo: ter a sua glândula anal espremida (eu ri muito quando li este termo, mas depois fiquei espantado em como podemos dizer que somos racionais)para que se recolha a secreção aromática. Esta foi uma das primeiras fragrâncias a serem proibidas devido aos protestos das associações protetoras dos animais.
OUDH: Ufa, até que enfim uma fragrância normal, mas nem tanto. Um tipo de profissional muito peculiar se destaca na Índia e Oriente Medio, os caçadore de Oudhs, que desbravam as matas a procura de tocos de madeira apodrecidos e com muitos fungos dentro. O que eles querem, na verdade, é o bolor. Este é o mais caro dos 5 produtos, chegando a custar 25 dólares o mililitro.
E você, já se perfumou hoje?